Participantes: 1 – Waldecy Mathias Lucena (Guia) 2 – Ricardo de Moraes Almeida 3 – Fernando Simeoni 4 – André Marcello Dexheimer 5 – Marcelo Rousselet 6 – Igor Prata 7 – Nicole Ingouville 8 – Sebastião Lima 9 – Ben Ysaac Cohen 10 – José de Oliveira Barros 11 – Rafael Brandão Rocha 12 – Nilton Campos 13 – Miriam Gerber.

Com o grupo completo, nós seguimos direto para aportaria do parque, é desta vez não houve uma parada pro café.

Depois dos tramites legais na portaria do PNSO às 07:30 prosseguimos na Van em direção à Barragem e depois de conferir as mochilas exatamente 07:55 demos início a nossa travessia. A turma hoje está num pique tremendo, e como fui o penúltimo a iniciar a caminhada, a exceção de um dos integrantes que apresentava sintomas de intoxicação alimentar, o que naturalmente prejudicou seu rendimento durante todo o trajeto e o alcancei logo após a Toca do Caçador.

Como só tem fera neste grupo, não precisamos nos preocupar em manter o grupo unido e assim sendo, não demorou e a maior parte do grupo seguiu morro acima, ficando para trás apenas o Wal, o de Moraes e eu que reiniciamos a subida às 07:30. Quando passei pela Cachoeira das Andorinhas apenas 2 dos integrantes do grupo precursor ainda recolhiam água, os demais já haviam sumido à frente.

Ao passarmos pelo Abrigo 3 às 09:37 ultrapassamos outro integrante do grupo que descansava aproveitando pra lanchar; seguimos nosso caminho e 09:55 passamos pela Cota 2000 aonde deixamos mais 3 dos nossos para trás, estes faziam parte do grupo do atalho marginal que ainda não se completou, alguns ainda não chegaram a este ponto; continuamos sem parar e logo, além de nós, dois outros do grupo que ultrapassamos se juntaram para vencer este trecho. Aqui tivemos uma segunda baixa, um dos integrantes do subgrupo pisou de mau jeito e torceu o tornozelo; mais um com rendimento prejudicado. Mesmo assim, às 10:25 chegamos ao Abrigo 4 e lá já encontramos dois coelhinhos do grupo que já descansavam e se alimentavam; o restante do grupo foi chegando pingado e finalmente com meia hora de atraso chegou o integrante com problemas estomacais; o cara é valente, não desistiu até aqui e com certeza irá até o fim apesar dos estragados provocados pela indisposição no seu rendimento geral.

Todos hidratados e alimentados, nosso indisposto se medicou e está mais disposto, o do tornozelo torcido ainda não estava reclamando do dito, às 11:10 demos prosseguimento a nossa jornada. Passamos pelo Cavalinho, e aí tivemos nossa terceira baixa, um dos coelhinhos arranjou uma torção de joelho nesta passagem, aliás, aqui foi necessária instalação de estribo e fita tubular para auxiliar na descida de alguns dos participantes que se sentiam menos à vontade no lance e 11:50 estávamos no Vale da Morte (também já ouvi dizer que é Vale dos 7 Ecos). Subindo a encosta do outro lado começamos a ter uma bela visão dos cumes mais renomados da Imponente Serra dos Órgãos, Papudo, Sino, Garrafão, Dedo de Nossa Senhora, Escalavrado e quanto mais andamos para o oeste, mais cumes vão aparecendo; haja fotos.

Ficamos no Vale das Antas das 12:20 até 12:35 quando a turma aproveitou para reabastecer seus cantis e eu simplesmente fiquei fotografando, pois como eu sempre faço, levo toda a minha água de casa e hoje tenho 3 litros o que é mais do que suficiente para o trajeto. Prosseguindo os trabalhos, alcançamos o 1º cume após o Vale das Antas às 12:53, uma parte do grupo, eu incluso, subiu ao lajeado próximo ao topo do 2º Morro aonde fizemos uma pausa das 13:05 até 13:15 para fotos, aproveitando para descansar da subida. Achávamos que os outros também subiriam até este ponto, mas como eles demoravam demais, resolvi questionar o fato e me levantei com o Sebá para procurá-los e aí descobrimos que enquanto descansávamos os demais seguiam pela encosta alguns metros abaixo diretamente para a base superior do dito Elevador.

Quando finalmente iniciamos a descida do Elevador os outros já se refestelavam na base da Cachoeira do outro lado do vale, a base da rampa de acesso ao Morro da Luva nosso restaurante de hoje. Com o grupo novamente reunido, ficamos neste ponto de 13:35 até 13:45 quando reiniciamos a caminhada rumo ao triunfo final e até aqui, os nossos enfermos estão se superando muito bem. Vencida mais uma subida, ficamos no lajeado de pedra no ponto mais alto da trilha no Morro da Luva de 14:05 até 14:30 quando aproveitamos para fazer um lanche reforçado, nosso almoço de hoje. O dia todo o tempo esteve muito camarada, nem quente nem frio.

Dando prosseguimento à jornada passamos pelo Morro do Marco às 15:20 e às 15:42 pelo morro seguinte a poucas centenas de metros dos Castelos do Açu aonde aportamos 15:50 sob a ameaça da bufa que até já mandou uns pinguinhos esporádicos. Os participantes foram chegando aos poucos e finalmente quando os 13 se reuniram neste ponto, um subgrupo partiu para o tiro final, incluindo o de Moraes que a estas alturas do campeonato já reclamava bastante do tornozelo torcido e prevendo que seu ritmo cairia, tratou de seguir neste primeiro grupo. Não demorou e saiu mais um grupinho e a seguir nosso camarada do joelhinho bichado, restando no local, apenas 4 do total de 13, incluindo o desarranjado e eu, e finalmente às 16:10 partimos fechando o grupo.

E a Bufa chegou, tivemos que parar pra colocar anoraque e proteger as mochilas e ao passarmos pela parte mais alta do Chapadão, sob um russo mediano eis que escutamos a voz de alguém perdido, paramos para identificar o incauto e logo descobrimos tratar-se do nosso joelhinho de cristal, que andando sozinho acabou se enveredando por uma trilha errada. Com o resgate felizmente executado em tempo hábil, imaginem se tivéssemos que voltar lá de baixo pra procurar um desgarrado que ainda por cima estava sequelado e que sofreu um bocado pelo resto do trajeto até a entrada, neste caso é melhor dizer saída do parque; ia ser duro.
Voltando a Bufa, ela não demorou muito não, foi passageira e bem ligeira por sinalBem, choveu um pouquinho com direito a trovoadas e tudo, isto entre o Chapadão e o início da descida da Isabeloca, mas a seguir o tempo abriu e deu até pra fazer foto do pôr do sol e eu até voltei a usar minha camisa preta natural até o anoitecer quando a temperatura começou a cair, mas não muito.

A descida da Isabeloca nunca pareceu tão longa, e a partir do Ajax o nosso joelhinho de cristal passou a contar com a ajuda de bastão de caminhada cedido pelo Rousselet, o que certamente melhorou sua movimentação, mas não sua velocidade na descida. No queijo tínhamos somente o trio final, eu mais o joelho de vidro e o da indisposição estomacal, bem vejamos, um velhinho e dois sequelados, fazendo as contas e somando as três parcelas com cuidado, talvez complete um inteiro. Neste ponto o do joelho ingeriu um Cataflan, o que pelo menos vai fazer ele sentir menos dor, pois a cada passada mal colocada o mulambo geme de dor.

E a saga dos valentes prejudicados só terminou na chegada na Van, pois como viemos a saber depois, aliás bastava olhar para o jeito do cara andar pra sentir o problema, o do tornozelo também sofreu bastante pra descer a trilha. Muito legal o gesto do Sebá e do Isaac que depois de completarem a caminhada voltaram morro acima com dois pares de bastões e ainda pegaram a mochila do joelhinho de cristal para facilitar a movimentação deste; parabéns aos dois e naturalmente também aos 3 valentes sequelados que em nenhum momento colocaram em dúvida sua disposição de completarem a jornada, e é claro, sem esquecer os demais integrantes deste grupo que sem exceção demonstraram serem grandes montanhistas, todos estão de parabéns. Êta turma boa sô !!!

José de Oliveira Barros