Rio de Janeiro, 22 de agosto 2015 – Mais uma travessia de 1 dia, de uns anos pra cá só tenho feito travessias de 1 dia, sendo que a última tinha sido em 2013, pois a tentativa de 2014 teve que ser abortada no Açu por causa da chuva. Alvorada 04:00h, ponto de encontro para pegar a Van alugada para o evento, Metrô de Botafogo 05:30h; cheguei no local às 05:10h e a Van me pegou às 05:40h. A maioria da turma pegou a Van na Praia Vermelha, mas pelo caminho, além de mim, foi recolhendo o Henrique no Humaitá e os derradeiros 3 participantes, Vaéria, Carlinha e Charles lá na lanchonete do Alemão na Rio Petrópolis.

 

O grupo: – Guia WALDECY MATHIAS LUCENA.

Demais participantes: Luis Claudio Rosa e Silva Maia, Márcia Aranha, José de Oliveira Barros, Claudia Eloy, Ricardo de Moraes Almeida, Daniel Ornellas, Fernando Fajardo, Charles Diniz, José Henrique Menescal, Carla Romão, Valéria Aquino, Caiê Vizintini, Rafael Luis Castillo Duranza e  Fernando Sabioni. Total 15 felizes montanhistas.

Fizemos pequena parada em Correias para reforço do café da manhã e finalmente às 08:10h iniciamos nossa jornada a partir da portaria do parque no vale do Bonfim. Com um grupo de 15 pessoas, é claro que se forma vários sub-grupos, pois naturalmente teremos participantes com diferentes níveis de preparo físico e aptidões montanhísticas, mas em cada sub-grupo formado havia sempre pelo menos um participante que conhece a trilha, o que facilitou muito a progressão geral da turma.

O grupo dos mais serelepes ficou assim formado: na pole position Valéria, Carlinha e Sabione a seguir outro trio, Maia, Caie e Rafael (Beleza II); os 3 primeiros eu só vi na hora da partida, o segundo grupo eu ainda acompanhei até a bifurcação para a cachoeira Véu da Noiva e Gruta do Presidente, quando estes também partiram em desabalada carreira morro acima e só voltei a encontrar o sexteto lá na varanda do abrigo do Açu, que aliás continua fechado. Fiz toda a caminhada desde a subida para o Queijo, por onde passei às 09:25h até o Ájax em solo, e só parei neste último ponto às 10:05h, logo depois de mim chegou também o Velho e a seguir a Claudia e o Wal. Antes de os demais chegarem, nós 3, Velho a Claudia e eu, partimos para enfrentar a Isabeloca que agora está mais tranqüila de subir após a retificação da trilha promovida pelo parque e às 10:40h entramos no Chapadão; nós 3 chegamos juntos ao Açu às 11:25h e os serelepes já lá estavam há bastante tempo.

Pouco tempo depois chegaram o Wal, a Márcia Aranha, que parou no caminho para espalhar um pouco das cinzas do pai dela, grande montanhista da velha guarda que faleceu há 15 dias atrás e foi cremado, e acompanhando os dois veio o Charles. Fizemos um pequeno lanche no local e pouco antes de repartirmos os 2 últimos participantes do grupo, um dos quais está com ritmo muito lento, finalmente nos alcançaram. O grupo dos serelepes aguardou por praticamente 1 hora ou mais pela chegada da dupla.

Por volta das 12:00h partimos do Açu prosseguindo na nossa empreitada de hoje e é claro que não demorou a mais uma vez se formarem diferentes sub-grupos, não necessariamente iguais ao da primeira parte da jornada, mas os retardatários continuaram os mesmos e em vários momentos precisamos fazer longas pausas em pontos estratégicos da trilha para esperar a dupla, principalmente porque em vários momentos, apesar da presença do homem da bufa, o nevoeiro nos envolvia densamente e nessas condições é muito fácil se perder um ou outro participante de um grupo numeroso como o nosso; mas felizmente apesar do conseqüente atraso da atividade, não perdemos ninguém pelos 28km (segundo o guia de trilhas do PNSO) do caminho.

Na travessia Petrópolis Teresópolis, o setor realmente mais complicado da dita “Travessia” é justamente o percorrido entre os Castelos do Açu e  a Pedra do Sino (na verdade a travessia propriamente dita nem considera a subida até o cume do Sino, 2.275m ponto culminante da Serra dos Órgãos), e neste trajeto haja sobe e desce; primeiramente subimos o Morro do Marco e a seguir o Morro da Luva, ponto culminante do trecho com seus 2.263m de altitude, daí descemos mais uma vez e passamos pela chamada Cachoeira que tinha apenas um filete de água, já praticamente no fundo de outro vale conhecido como Geladeira e do outro lado deste, mais um toca pra cima, o famigerado Elevador e após vencer mais este obstáculo passamos pela lateral do Dinossauro e descemos até o Vale das Antas, um dos pontos de espera para completar a turma, e aí aproveitamos para mais uma seção de alimentação e hidratação.

Deixando o vale enfrentamos outra subida, esta mais camarada é verdade, mas depois de quase 15km de sobe e desce com várias horas de andança, qualquer subida é sentida e neste trecho passamos pelo Dorso da Pedra da Baleia e no fim da subida tem o prêmio da bela vista das montanhas à nossa volta, principalmente dos paredões da Pedra do Sino e do Garrafão bem à nossa frente. Aqui novamente fizemos grande pausa esperando pelo resto do grupo, mas acabamos partindo antes da chegada total deles. Descemos no Vale dos Sete Ecos e do outro lado começamos a derradeira subida na encosta norte da Pedra do Sino, onde a trilha segue entre a pedra e os arbustos chegando logo ao Cavalinho e a seguir subimos a escada de ferro para poucos metros acima desta finalmente começarmos nossa derradeira descida com parada no abrigo 4 para o último lanche e esperar pela reunião total do grupo, cuja seqüência de chegada foi praticamente igual por todo o trajeto.

Bem eu cheguei ao Abrigo 4 às 16h, pouco depois de alguns dos serelepes e pouco a pouco o restante do grupo foi chegando e por volta das 16:30h iniciamos a descida do último trecho da jornada, Abrigo 4 Barragem. Com o grupo mais uma vez dividido, iniciei este trecho na companhia do Maia, Caiê, Rafael, Claudia e Valéria, à nossa frente já tinham partido o Sabione e a Carlinha, os demais ainda estavam se arrumando para recomeçar. Passamos pela Cota 2.000 ainda como um bloco único, mas pouco antes de chegarmos ao Abrigo 3 um casal que seguia à nossa frente nos atrasou um pouco, e quando as meninas, que seguiam na nossa frente, conseguira ultrapassá-los, resolveram partir correndo morro abaixo, não sabemos informar o que elas comeram ou beberam na última parada, mas que parecia terem sorvido algum estimulante, lá isso parecia.

Em certo ponto do trajeto o Rafael e eu nos distanciamos do Maia e ao chegarmos no Véu da Noiva encontramos o Sabione e descemos os 3 juntos até a Barragem, aonde chegamos às 18:35h

Com um tempo total de 10 horas e 25 minutos para o trajeto, o Caie, a Carlinha, a Claudia e a Valéria chegaram antes de nós e devem ter completado o trajeto em torno de 10 horas cravado, mas como tivemos muito tempo de espera pelo caminho, descontando isto, eles devem ter feito um tempo efetivo entre 8 horas e meia a 9 horas para o trajeto enquanto eu fiz em umas 9 horas e vinte minutos mais ou menos, e os retardatários precisaram de 13 horas para completar o percurso. Distância percorrida 28km, ponto culminante 2.263m no cume do Morro da Luva.

Muito obrigado ao Wal que mais uma vez promoveu uma bela jornada montanhística e parabéns a turma toda que mais uma vez conseguiu completar o desafio da travessia de um dia, e desta vez tivemos vários corajosos debutantes (Márcia Aranha, Henrique ,Valeria, Charles e o Rafael Cubano) que resolveram enfrentar o desafio logo na travessia de 1 dia, e o fizeram com louvor, quando a maioria das pessoas a fazem em 2 e até 3 dias. Abração para todos do ZéKili.