É galera do CERJ neste feriado rolou uma modesta aventura de um grupo de cerjenses pertencentes ao CBM2014 – a aventura era ampliada a todos que quisessem ir, mas acabou que só nós topamos: Carla, Cinthia, Eduardo e Ilana.
E partimos nós em busca de outras pedras, outras vias e outros caminhos e ao encontro da tentativa de matar um pouca da saudade de nossa querida amiga que reside agora em SP.
Perna, eu e Ilana saímos do RJ às 13h da última sexta-feira indo ao encontro de Cinthia que nos esperaria em São Bento do Sapucaí. Após umas 6h chegamos em São Bento e a encontramos e partimos em direção ao chalé que seria nossa casa nos próximos dias. O lugar era o Refúgio Ana Chata e lá fomos muito bem recebidos por Dona Margarida e Seu Antônio, super recomendo, pois o casal é bem hospitaleiro e afetivo! 🙂
Logo na primeira noite nos deparamos com um pequeno problema: nosso querido Perna estava enfrentando fortes enjoos e não estava nada bem. Ficamos todas preocupadas! Mas depois de uma quase noite de sono Eduardo parecia melhor!
Ao acordar naquela manhã nos deparamos com uma neblina intensa que impedia a vista das árvores mais próximas e ficamos indagando se haveria possibilidade de escalada. Resolvemos fazer nosso café e ir avaliando o que fazer. A decisão do dia foi: vamos chegar na base da Ana Chata e vê o que rola. Saímos de casa quase às 10h da manhã e a neblina ainda intensa, partimos em direção ao estacionamento Chico Bento onde a trilha começa e toca pra cima, toca muitooooo. Reparamos que quanto mais subíamos mais a neblina se dispersava.
Ao chegar na Ana Chata acabamos pegando um caminho errado e ao invés de chegar na base da via Elektra chegamos na via ferrata, então nos restou fazer cume pela ferrata! Visual lindo, tapete de nuvens abaixo de nós, que nos permitia ver entre uma abertura e outra: as casas, as montanhas. Fizemos nosso lanche ali e voltamos para tentar achar a base da via Elektra. Ao chegar lá começamos a nos equipar e quando começaríamos a escalar começou a chuviscar, esperamos um pouco e continuou. Ficamos receosos e desistimos da escalada.
Desequipamos e partimos em direção a pedra do Baú, meio chateados, mas fazer o quê? Não queríamos arriscar uma escalada em um lugar que não conhecíamos. Ao chegar na face norte da Pedra do Baú o chuvisco já tinha cessado fazia algum tempo e após pegar uma informação com o guia de um grupo que estava descendo resolvemos fazer a via ferrata do Baú tb, equipamos novamente e eu experimentei pela primeira vez o que é uma via ferrata, clipa mosquetão, desclipa o outro e aí vai até o cume. Nossa amiga Ilana revivendo momentos de infância saiu na frente e ficou absorvida por suas lembranças. Muito bom! Vista linda do Baú! Estávamos acima do tapete de nuvens 🙂 E de vez em quando o vento limpava uma parte das nuvens e podíamos olhar as montanhas. Resolvemos descer pela Escada da Face Sul e seguimos para casa. Entre idas e vindas entre Ana Chata e Baú andamos uns 7 km nesse dia! Ufa! Muita subida, muita descida! E dia terminado!
No segundo dia acordamos com o dia aberto vista privilegiada para a Pedra do Baú! Acordamos cedo e umas 8h da matina já estávamos na rua indo em direção ao outro acesso da trilha pelo Estacionamento do Restaurante do Baú, que pensamos ter a trilha mais rápida, ledo engano. Esta trilha é um grande toca pra cima e depois de algum tempo chegamos na face norte e tocamos para a Ana Chata. Lá nos equipamos e começamos a escalar, duas cordadas: Cinthia e Perna, Eu e Ilana. Ao chegar na P1 nos deparamos com tipos de grampos que não conhecíamos, não havia chapeleta para rapel, como informado no guia e como a via entrava em uma diagonal no próximo esticão resolvemos descer ali mesmo, além disso ventava um vento congelante que nos obrigou a escalar até ali de anorak.
Pensamos em tentar ir pela Lixeiros, mas ao chegar na base da via ouvimos um enxame de abelha e preferimos não arriscar. A ideia agora era ir para casa, descansar um pouco e fugir do frio congelante! Confesso que fiquei um pouco desolada, mas entendi, estava realmente muito frio e aqueles tipos de proteções nos surpreenderam! Chegando na escada da face norte, mas a esquerda vejo uma corda esticada e vou lá vê o que está acontecendo, para nossa surpresa há ali um campo escola composto de 4 vias muito bonitas!!!! Eu e Perna de pronto nos animamos, fomos buscar informações sobre as vias e o casal que estava escalando deixou que subíssemos em sua corda para montar top-ropes e ficamos ali o resto da tarde escalando e conversando. Nesse dia tivemos várias vistas lindas do Baú e Bauzinho, intervaladas pelas sessões de ventos congelantes, rs. Depois foi recolher material e descer, não sem antes parar em uma lage de pedra para aproveitar o pôr do Sol daquele dia lindo!
No nosso último dia nos permitimos dormir mais um pouco já que ao acordar pelas 6h da matina caia uma chuvinha insistente e depois foi tomar café, arrumar as coisas, nos despedir da Dona Margarida e do Seu Antônio e ir para casa, cheios de lembranças de bons momentos passados com ótimos amigos!
Valeu Perna, Ilana e Cinthia! Não poderia ter sido melhor.
Carla Romão