Há relatos da presença de escaladores pela região desde 1924, com uma maior frequência nos anos 40. Segue abaixo histórico das principais datas de conquistas realizadas:

3 de fevereiro de 1932 – Richard Willy Brackmann sobe o Pico Menor de Friburgo juntamente de um mateiro da região de nome Pedro. Este fica a apenas 20 metros do cume. Em seu relato, Brackmann diz que subiu pela face Norte.

18 de fevereiro de 1932 – o mesmo Brackmann sobe o Pico Médio de Friburgo juntamente do alemão Kurt Bentram.

Carnaval de 1935 – primeiras investidas do CEB na região. Exploram o paredão oeste do Pico Maior de Friburgo (sobem um pequeno trecho), desistem e acabam subindo o Pico Menor.

Início dos anos 40 – Sylvio Mendes através de um grotão situado na face sudoeste, consegue chegar ao cume do Capacete de Aço. Este grotão sofreu diversos desmoronamentos, o que impossibilitou qualquer tentativa de repetição. Infelizmente não há relatório sobre tal ascensão, demais participantes, data, etc..

05 de abril de 1942 – última das investidas do CEB na parede Oeste. Por ser durante a época da Grande Guerra, os exploradores foram confundidos com espiões nazistas e coube aos moradores locais fazer tal denuncia – acabaram todos na delegacia por um dia inteiro para dar explicações. Desistiram das investidas. A bem da verdade, que um dos escaladores era Ulisses Braga, que tinha olhos puxados e fora confundido com um japonês. O CEB havia então conquistado grande parte da parede, colocando cinco grampos e 20 metros de cabo de aço.

03 de fevereiro de 1944 – Sylvio Joaquim Mendes, Índio do Brasil Luz e Jair Leopoldino da Costa conquistam a Caixa de Fósforos, também chamada na época de Pedra dos Milagres. Dá-se a esta conquista a audácia de Sylvio Mendes, que através do uso de troncos amarrados por grampos, consegue conquistar o monólito de pedra.

03 de junho de 1944 – primeira investida do CERJ no Pico Maior. Participaram dela Sylvio Mendes e os irmãos Guido e Ralf Vegele.

18 de junho de 1946 – finalmente é conquistado o Pico Maior de Friburgo. Os conquistadores são Sylvio Joaquim Mendes e Índio do Brasil Luz pertencentes ao CERJ. Foram montados três acampamentos e batidos 36 grampos e consumidos 13 dias de árduos trabalhos.

23 de julho de 1965 – o CERJ conquista a Chaminé Pellegrini, no Pico Menor de Friburgo. O detalhe, que os conquistadores eram muito jovens e nem tinham ainda entrado para a escola de guias do CERJ. Conquistadores: Alfredo Jakubowski, Carlos Carrozzino, Francisco de Barros Filho (Gino), Ronaldo Wegner, José Luis Barbosa, Reynaldo Pires e Claudio Vieira de Castro.

17 de fevereiro de 1969 – conquistada a artificial da Caixa de Fósforos, hoje a via usual de acesso ao cume. Conquistadores: Giuseppe Pellegrini, Carlos Alberto Carrozzino, Waldinar dos Santos Menezes, José Luis Barbosa, todos do CERJ.

04 de fevereiro de 1970 – conquista da face Norte do Capacete. Tal conquista ditou os padrões de escalada de Salinas que perduram até os dias de hoje. Conquistado pelo CERJ, seus principais conquistadores são: Reynaldo Pires Ferreira, José Luis Barbosa e José Bezerra Garrido. Vários guias do CERJ contribuíram, entre eles, Giuseppe Pellegrini, que em minha opinião, bateu o recorde de colocação de grampos, colocando em apenas um dia, 26 parafusos e 4 grampos, conquistando assim o lance em horizontal da via mais a sua artificial.

Junho de 1974 – conquistada a segunda via de acesso ao cume do Pico Maior de Friburgo, a Face Leste, escalada que por muitos anos foi a maior parede do Brasil, com 17 enfiadas. Conquista do CERJ feita por Waldinar Bezerra de Menezes (Vavá), José Bezerra Garrido, Waldemar Guimarães (Valdo) e Guilherme Ribeiro de Menezes, estes dois últimos já falecidos.
Com estas duas últimas ousadas conquistas, instalasse na região a fase contemporânea do alpinismo brasileiro, com conquistas cada vez mais ousadas e complexas: Fata Morgana, Meninos Perdidos, Cidades dos Ventos, Sólidas Ilusões, etc…

Waldecy Mathias Lucena