E no dia 01 de Maio de 2024, foi dia de Paredão do Zezão em Nikiti City. Livinha me mandou mensagem há algumas semanas e me perguntou se eu já tinha algo marcado pro feriado, eu disse que não… ela me chamou pra ir na Agulha Guarischi com ela e com a Carlinha e eu topei na hora… criamos um grupo, … incluímos Bibi também!
Mandamos o email pedindo a autorização para entrarmos no parque antes e já começamos ouvindo um rapaz esbravejando quando entramos, aparentemente ele ficou chateado que tinha que esperar o parque abrir numa reclamação quase infantil de “por que elas podem e eu não!?!?”… ai se ele soubesse… (risos)
Iniciamos a trilha falando amenidades, comentando do calor. Chegamos na base, por volta das 7:50, bebemos água, medi minha glicose… combinamos as duplas e Carlinha me deu de presente (e que presente) o início da via. Eu olhei pra cima e pensei que subir aquilo dali no molhado é loucura… a parede é cheia de musgos, líquens, bromélias e outros seres vivos que acumulam, retém e escorrem água. Sorte a nossa que estava tudo super seco. Nos encordamos, nos checamos, pegamos as dicas de direção dos primeiros grampos e eu iniciei a guiada… fui calma, tranquila, mirando naquele primeiro grampo que parecia tão distante e fui me sentindo melhor a cada passada (digo melhor, porque não escalo uma via inteira há meses, pois caí escalando e junto com a queda vieram uns machucados e o medo).
Costurei o primeiro e pensei “não morro mais”! E segui… segui pelas bromélias, dei graças à Deusa estar seco, agradeci mentalmente a seg da Carlinha e suas palavras de incentivo.
Cheguei na parada, e ela veio, depois a Li e depois Bibi.
Os aspectos técnicos da via não cabem neste relato porque bem, nós 4 já escalamos um bocado e todas temos já algum repertório interessante. O que me faz destacar o que eu achei interessantíssimo, nós 4 ali, sozinhas, escalando de forma tranquila, segura, leve, dando risadas.
Isso me fez sentir algo que não sentia há alguns meses, vontade de fazer a via até o final, vontade de escalar, de dividir a guiada, de me divertir enquanto escalo, sem performance, sem comparações, somente pela escalada, pela companhia, me senti sem medo de fazer aquilo que eu sei, me senti muito feliz por compartilhar esse momento com pessoas que eu gosto tanto e que admiro tanto.
Obrigada, Carlinha, Livinha e Bibi
Cláudia Diniz