Chegar ao cume entre GIGANTES do montanhismo é, além de sublime, transcendental. A data era 04 de junho de 2019, a hora, 13h53. Perguntei ao Carrasqueira se haveria a possibilidade de eu ingressar no grupo que iria à excursão nas Agulhas Negras. Resposta positiva comecei a me programar. Já integrado ao grupo dos “GIGANTES” do montanhismo, permitam-me chamá-los assim, pois para mim vocês são, fui gentilmente, acolhido no carro da Mônica Esteves e do Éder Abreu ambos do CERJ E CEL. Em 10 de junho de 2019, às 12h, conforme combinado, juntei-me a Sueli Tostes, do CNM, na casa do casal supramencionado. Neste momento, Carrasqueira do CERJ, CEG e CEL e Lúcia Rodriguez, do CEB, já estariam quase chegando ao destino. Por volta de 15h, chegamos à Garganta do Registro, cuja altitude atinge os 1.669m. Compramos algumas coisas e seguimos para a portaria do parque. O horário era 16h30, quando lá chegamos. Mais alguns quilômetros e, enfim, chegamos ao Abrigo Andre Pinto Rebouças, comumente conhecido por Abrigo Rebouças. Lá nos juntamos ao Carrasqueira e Lúcia. Observando a certa distância todos reunidos, exclamei mentalmente: -Pronto, meu aprendizado começa, agora! A noite aproximara rapidamente. Fizemos nosso jantar, conversamos um pouco e fomos dormir, pois o dia seguinte seria intenso. Na manhã seguinte, precisamente 8h, todos estávamos prontos para o ataque ao cume da Pedra do Sino. Durante o percurso, nosso guia, foi falando, retificando, foi transmitindo conhecimento a respeito dos pontos importantes da caminhada como os Ovos da Galinha, Maciço das Prateleiras, a inconfundível Asa de Hermes, Pedra do Altar, onde relatou vários casamentos lá celebrados e as altivas e imponentes Agulhas Negras, além de belos vales e outras formações rochosas. A trilha era bem sinalizada por placas e totens. O sol estava lindo, o céu azul e sem nuvens e a temperatura era de 17ºC. Nos aproximávamos dos Ovos da Galinha e a essa altura já avistávamos a Pedra do Sino. Começamos a subir e em dado momento, chamou-me a atenção a garra, a força e a precisão com as quais a Mônica conduzia sua caminha. Cheguei a compará-la, – que ela não leia – aqueles caminhões Scania, com capacidade de subir com super força, devagar e com constância invejável. O relógio marcava 12h10 quando atingimos o cume da Pedra do Sino. Lá, assinamos o livro de cume, nos cumprimentamos pelo feito, almoçamos e descemos. De volta ao abrigo, por volta de 17h, encontramos a queridíssima Tetê, outra “GIGANTE” do montanhismo. Fizemos um lanche reforçado, tomamos um banho gélido – mentira, eu esquentei a água, mas ninguém precisa saber – e fomos dormir, pois no dia seguinte seria realizado o meu sonho: Cume das Agulhas Negras. No dia 12 de junho de 2019, dia dos namorados, eu encontraria minha paixão, até então só vista em vídeos e fotos. O implacável marcador do tempo registrava 8h30. Seguimos na trilha levando nossos equipos de escalada. Mônica e Éder decidiram fazer o Circuito dos 5 Lagos e Lucia retornaria ao Rio, portanto indo apenas Carrasqueira, Sueli, Tetê e eu. Seguimos pela trilha e por volta de 9h. Começamos a subida, propriamente dita, lá pelas 9h30. Alguns trechos bastante escorregadios, uma sequencia infinita de trepa-pedras cada vez mais íngreme. Em alguns momentos desviávamos para pequenas trilhas de terra e mais a frente retornávamos para a rocha. Por óbvio, a vista era mais deslumbrante à medida que a dificuldade ia aumentando. Fomos nos ajudando e vencendo a cada passo. Nem o frio nem o vento nos impediram de subir mais e mais. Chegamos a um ponto em que nosso guia me confiou a importantíssima tarefa de assumir a fixação da corda para ascensão e rapel, tarefa essa que espero ter correspondido a altura. E assim foi até o último momento que era o rapel até um platô-base do ponto mais alto da Agulha. Fizemos os procedimentos obrigatórios para o rapel e com segurança chegamos a esse ponto. Sueli e Tetê decidiram não subir para assinar o livro de cume. Carrasqueira preferiu me dar segurança para que eu chegasse ao cume e assinasse o livro por todos. Escalei o lance onde contávamos com dois grampos, porém a parada dupla que havia no cume foi retirada, o que dificulta o rapel de volta, sendo reportado pelo Carrasqueira na portaria do parque. Superada essa parte, às 9h58, cheguei ao cume das Agulhas Negras!!! Infelizmente, não terei como mostras a vocês a emoção, representada pelas lágrimas que transbordam dos meus olhos tanto no momento como agora, escrevendo este relato. Após assinar o livro de cume por todos, fizemos um rápido lanche, já que o frio era intenso, e retornamos em segurança até a base. Às 16h47 chegamos ao abrigo onde tivemos o prazer indescritível de experimentar uma sopa feita pela Tetê que nos deixou aquecidos diante dos 12.7ºc. A sopa me aqueceu e alimentou fisicamente, porém o momento mais deslumbrante, durante o jantar, foram as histórias, as lições, os relatos, as experiências contadas pelos que eu não me canso de chamar: “GIGANTES” do montanhismo. Agradeço a cada um de vocês, SÓ, por me permitir ouvir o que disseram e pelo que ainda têm a dizer. Obrigado. João Henrique
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