Escaladores com mais de 60 anos praticam o esporte e esbanjam saúde
Amantes da natureza e dispostos a superar limites, escaladores com mais de 60 anos mantém o espírito aventureiro e a boa forma. O petroleiro aposentado José de Oliveira Barros, 61 anos, pratica montanhismo desde os 44. Há 10, escala. Diz que tem planos de “aposentar” as montanhas e marcou data: aos 100 anos.
Durante a semana, pratica Yoga, Tai Chi Chuan e faz ginástica. Aos fins de semana, escala. “Faço por pura diversão”, resume. Ele observa que ganhou muita resistência. “E técnica. A rapaziada mais jovem pensa que é fácil nos acompanhar. Quando estão no começo, ficam espantados, porque ao fim da atividade, estão com a língua de fora, e nós, veteranos, estamos bem”, diverte-se.
O pessoal “da antiga” desbravou a escalada no Brasil. Para eles, não havia facilidade ou mesmo os equipamentos de hoje, com tecnologia de ponta e segurança. Os grampos eram feitos com vergalhão dobrado, e o material importado era um fator que restringia a prática do esporte. Os mais apaixonados não se deixavam levar pela dificuldade – aliás, um estímulo para qualquer escalador. “Eles usavam até cadeados para a segurança, botas de motociclismo, e aquelas sapatilhas ´chinapau´. Praticavam técnicas de chaminé e troncos para abrir as vias (caminhos na rocha). Um ia à frente, o outro subia e batia os grampos”, conta Cláudio Aranha, escalador que organiza, todos os anos, encontros de veteranos.
O 4º Encontro de Veteranos, realizado em outubro, no Rio, reuniu os mais jovens para homenagear quem tem mais de 25 anos de montanhismo. Teve escalador que veio de fora só para rever os antigos companheiros de escalada. Gente que continua subindo as montanhas ou ligada a elas. “É um encontro de gerações. Na confraternização, vimos muita emoção e reverência da molecada aos que no precederam e deixaram grande legado de trilhas, vias de escalada, consciência ambiental e amor às montanhas”, define Cláudio Aranha.
José, 61 anos, no Dedo de Deus: começou a escalar aos 51