Relato da Excursão ao Alto Mourão por Dianne Machado – 12.10.24

Todos os aplicativos acusavam chuva, não somente para o dia da atividade, mas também para os dois dias que a antecediam. Essa seria nossa terceira tentativa de realizar a excursão ao Alto Mourão já que, nas outras vezes, o evento não aconteceu exatamente por causa dela, a chuva.

Foi durante a travessia Araras x Videiras, liderada por Mario(zin) no mês de maio, que Jana sugeriu subirmos o Alto Mourão convidando a mim e ao Hebert para auxiliarmos a guiada.

O Alto Mourão, também conhecido popularmente como Pedra do Elefante – uma vez que seu contorno lembra o formato deste animal quando visto da Praia de Itaipuaçu – é o ponto culminante da cidade de Niterói com seus 412 m de altitude e está inserido no Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET), uma unidade de conservação de proteção integral que abrange áreas dos municípios de Niterói e Maricá. Localiza-se entre as praias de Itacoatiara (situada no município de Niterói) e de Itaipuaçu (município de Maricá). É possível desfrutarmos de uma visão privilegiada de belas paisagens e pontos turísticos de ambos os municípios, e até mesmo do Rio de Janeiro, tanto do seu cume quanto ao longo da trilha que leva a ele. 

Além de “Pedra do Elefante”, a montanha também é conhecida como “Falso Pão de Açúcar”, mas seu nome oficial, Alto Mourão, deriva-se do nome de Duarte Martins Mourão, o proprietário dessas terras no meio do século XVI.

Nosso grupo teve como integrantes: Jana Menezes (guia oficial), Hebert Calor (CNM) e eu (ajudantes), Claudia Eloy, Clara Vargens, Cristiana Braga, Raphael Comber e Mario(zin) Richard como participantes.

Todos eram do Rio, exceto Hebert e eu, que moramos em Niterói, de modo que Jana marcou o encontro na Praça XV a fim de que pudessem atravessar para Niterói na barca das 7h.

Chegaram na Praça Arariboia às 7h30, onde Hebert e eu já os aguardávamos em dois carros. Dali partimos em direção a Itacoatiara, com direito a uma passadinha na padaria Vitaly, que fica na entrada do bairro e onde chegamos às 7h56, para que todos tomassem café antes de iniciar a caminhada. 

Saímos da padaria às 8h26 e seguimos para o início da Estrada Gilberto Carvalho, também conhecida como Estrada da Serrinha, que leva ao acesso da trilha. Hebert estacionou ali seu carro e subiu a pé, com Mariozinho e Raphael, o trecho de 1,1 km da Serrinha até o mirante de Itaipuaçu onde já estávamos Jana, Cristiana, Clara, Claudia e eu, pois havíamos subido esse trecho de carro e estacionado no mirante, que fica a 150 m de altitude e ao lado do entrada para a trilha.

Após uma rápida sessão de alongamentos e algumas fotos, iniciamos a caminhada às 8h50. 

O tempo estava agradável, o dia bonito e ensolarado.  

A trilha, que é bem-marcada, inicia com uma subida não muito íngreme, cercada de árvores da mata atlântica permitindo andarmos na sombra em sua maior parte.

O grupo caminhou interagindo e conversando, ouvindo os relatos divertidos e interessantes de Jana e Mariozinho.

Às 9h35 chegamos no primeiro mirante, uma clareira com chão de pedra de onde se pode avistar todo o Costão (Morro do Tucum) e parte da praia de Itacoatiara.

Alguns minutos depois, em torno das 10h15, chegamos no trecho da trilha onde começam as escalaminhadas que, particularmente, me agradam muito, porém um pouco desafiadoras para quem não está muito habituado a trilhar este tipo de terreno.

Num dos trechos da escalaminhada há duas opções para continuar a subida: uma “via” um pouco menos exigente, à esquerda e, outra, um buraco, meio que lembrando uma pequena fenda com uma pedra maior por cima, à direita, onde tem-se que atingir um ponto alto com uma das pernas pra conseguir começar a vencer o trecho. Como não poderia ser diferente, Jana, Mariozinho e eu, optamos em passar por ali. E, observar Jana, na 7ª década de vida, realizar essas travessuras com desenvoltura foi simplesmente delicioso, um aprendizado, e o desejo de ter essa vitalidade quando chegar a minha vez.

Seguimos apreciando o visual já que a partir deste trecho a trilha tem poucas árvores ao redor.

Atingimos o cume às 11h05. Descobrimos um cantinho em que havia sombra. Sentamos e lanchamos. 

Na sequência nos dispusemos a curtir o visual com o panorama de 360° que o cume proporciona. De frente para o mar, à nossa direita, pudemos apreciar a beleza dos seguintes pontos de interesse nessa sequência: Pata do Gato, Costão, Praia de Itacoatiara, Morro das Andorinhas, Praias de Itaipu, Camboinhas e Piratininga, Lagoas de Itaipu e Piratininga, Ilhas da Mãe e do Pai. Ao longe, ainda avistamos o Morro da Urca. À nossa esquerda, as Praias de Itaipuaçu e Ponta Negra. Às nossas costas, a Pedra de Itaocaia e a Pedra do Macaco, entre outras.

Ainda ali, no cume, Jana nos relatou que há cerca de 14 anos não liderava uma excursão oficial (trilha) pelo clube, o que fez aumentar ainda mais minha gratidão, não somente por ter tido a oportunidade de auxiliar na guiada da trilha, mas também por ter podido partilhar aquele momento, aqueles belos visuais com veteranos tão cheios de experiências como ela e Mariozinho, e os demais colegas. 

Iniciamos a descida às 11h38, e tudo transcorreu com tranquilidade, incluindo os trechos de pedra, que também foram tirados de letra pelo Maré, um belo cão de pelo caramelo que também estava no cume com suas donas, e que passou por nós todo faceiro. 

A caminhada encerrou-se às 13h35, mas não a excursão. Essa só foi concluída após compartilharmos uma bela costela no bafo e algumas brejas geladas no tradicional bar Goela Seca, próximo ao local do término da trilha. 

No fim, ainda ficou o aprendizado de não nos precipitarmos cancelando uma atividade mesmo com previsões de chuva, pois tudo pode mudar. E pra melhor. 

Obrigada por isso, Jana!

Por Dianne Machado